Bom, digamos que a vida não esteja lá essas coisas, mas temos que dar graças aos deuses pela nossa capacidade de imaginação, certo? Veja bem, temos capacidade de imaginarmos o que queremos, quando e onde queremos.
Temos a liberdade de imaginarmos avenidas verdes e floridas nos dias mais cinzentos e nebulosos, nos escondendo dentro de nossas lugúbridades oníricas ( viu que chique?).
Por exemplo, enquanto o nosso chefe esta nos dando aquela bronca ou aquele diretor de teatro esta passando aquele " esporro" que costuma acabar com uma geração inteira da sua família em menos de dez palavras repetidas durante duas horas! Acabar também com suas expectativas de ter feito algo agradável a ele e que colabore para o espetáculo. Ao invés de ouvirmos estas palavras, podemos imaginar flores saindo incontrolavelmente de sua boca. É! Flores!
Uma enchurrada de flores, várias! Ao contrário de sermos atacados com palavras mesquinhas, agressivas e ego-maníacas, seremos banhados por uma grande chuva de violetas e rosas, e dependendo do ardor da discussão, até girassóis enormes cairão em nossas cabeças.
Outro exemplo é você. Isso mesmo, você! Sim, você que está meio encalhado e é meio desajeitado com as palavras. Poderá sem medo nenhum, falar qualquer coisa para a pessoa mais desejada do seu colégio ou do lugar que teu ser simplório habita, sem receio nenhum, de que a tal pessoa se assutae com sua:
" Pintura-abstrata-surrealista-íntima-pós-moderna-das-cavernas" que você chama de rosto.
Pois ela apenas enchergará um enorme girassol no lugar de sua cabeça!
E quando você falar qualquer porcaria que seja, ela ouvirá apenas copos-de-leite e damas-da-noite. Se jogará nos seus braços ( já sem roupas, claro!), pronta para semear contigo e espalhar o pólen pelo teu corpo, que é magro feito o ramo das roseiras. Mas veja pelo lado bom, a rosa é tão atraente que ninguém encherga o seu caule!
Imaginou, acordar de manhã com o bafo de jasmim do lado de uma margarida?!
Então como diría o IRA:
" Eu vejo flores em você!"
Autor: Luiz e o vento.